OS CINCO SENTIDOS E NOSSAS MEMÓRIAS
- Gislaine Soares
- 6 de abr. de 2018
- 2 min de leitura

Aquele cheirinho de café e do bolo saindo do forno. A música que embalou bons momentos. O toque de um tecido macio. A imagem que remete à infância. Aquela comidinha especial com sabor de casa. Os cinco sentidos nos levam com frequência às lembranças. Seja de quando éramos crianças ou de tempos mais recentes. Eles são capazes de trazer ao presente emoções positivas, como o prazer e a felicidade, e negativas, como o medo e a raiva.
O olfato tem posição privilegiada. Normalmente, nossas memórias olfativas são mais presentes. Isso porque ele está próximo do hipocampo, que é responsável pela memória. Um simples cheiro de terra molhada pode nos transportar no tempo e nos levar a lembranças muito distantes.
Paladar, visão, tato e audição precisam percorrer um caminho maior para acessar o campo das memórias. Sendo assim, entendemos que a estrutura do nosso cérebro é capaz de despertar lembranças de formas diferentes e reproduzir sensações de nostalgia, que nada mais é que um misto de ternura e tristeza.
Você já passou por uma situação em que parecia vivenciar o mesmo momento pela segunda vez? O chamado dejà vu faz parte da nossa memória visual. Lembrar de lugares, objetos e cenas pode nos remeter a momentos agradáveis (ou não) e nos coloca para experimentar as mesmas sensações novamente. Além de nos permitir chegar e sair de lugares em que já estivemos, recordar onde guardamos objetos e reconhecer pessoas que convivemos.
Dos olhos para os ouvidos... Existe uma conexão relacionada à memória auditiva, feita por neurônios, entre melodias familiares, memória e emoção. Aquela trilha sonora que lembra uma pessoa ou um momento, pode ser escolhida por nós ou inerente à nossa vontade. Uma vez que conseguimos associar sons e ruídos a diversos acontecimentos.
Se vendarem seus olhos e colocarem suas mãos em uma caixa com alguns objetos você é capaz de distingui-los? Essa é uma brincadeira que a maioria já participou. Nossa pele é capaz de captar diferentes sensações e nos remeter a momentos, lembranças e reconhecimento de objetos. Nenhum estímulo passa despercebido. Nosso cérebro é capaz de captar tudo o que está a nossa volta, mas armazena apenas aquilo que se torna relevante para a nossa vivência.
Para finalizar, a memória dos sabores. O gostinho da infância. Os almoços na casa da avó. O lanchinho preparado com tanto carinho pela mãe. Todas essas sensações que temos ao lembrar dos sabores que já provamos é oriunda da relação que fazemos, inconscientemente, das nossas memórias gustativas com o que estamos comendo naquele momento.
O que sentimos, lembramos e vivenciamos está intrinsecamente ligado aos nossos sentidos. Cada um nos leva a um caminho diferente e ativa uma determinada área do cérebro quando buscado. Reviver boas lembranças é uma forma de manter tudo aquilo que nos fez bem. O que temos que ter cuidado é para a nostalgia não ser predominante em nosso dia a dia, mas esse já é tema para um próximo post. Aproveite cada sensação que a vida possa lhe oferecer!
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