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Transtorno de Ansiedade na Infância e Adolescência

  • Foto do escritor: Gislaine Soares
    Gislaine Soares
  • 15 de jan. de 2023
  • 4 min de leitura

Os Transtornos de ansiedade são um dos mais comuns que acometem a infância e adolescência. De 10% a 15% da população nessa faixa etária tem algum transtorno – desde casos mais leves até casos mais graves e com grande prejuízo funcional.


Quem convive ou já conviveu com um transtorno de ansiedade sabe como pode ser sofrido e paralisante. Imagine ter que lidar com isso ainda durante a infância, quando o cérebro está em formação e não tem a maturidade necessária para entender o que está acontecendo.


O que é o Transtorno de Ansiedade


Antes de mais detalhes é importante dizer que um certo grau de ansiedade é normal, e até saudável. A ansiedade faz parte da vida de todas as pessoas e é a reação emocional esperada diante de diversas situações. No caso das crianças, é comum antes de uma viagem, uma festa de aniversário ou uma apresentação na escola, por exemplo.


A ansiedade é o medo em relação a situações futuras e pode conter componente da empolgação e expectativas positivas sobre essas, mas tem o componente de um risco ou perigo para essas. Ela, como disfarce do medo, é importante para a nossa sobrevivência, é o que alerta o cérebro e nos faz agir diante de um perigo.

O problema, então, é quando está desproporcional às situações vividas, causando impacto funcional no dia a dia. A ansiedade patológica é excessiva, persistente e causa sofrimento a pessoa. Diante disso, em muitos casos a criança se afasta ou tenta evitar as situações que lhe causam ansiedade desenvolvendo esquiva experiencial e prejudicando seu desenvolvimento.


O Transtorno de Ansiedade é uma condição que transforma significativamente o comportamento das crianças. Causa preocupação excessiva e constante de que algo ruim pode acontecer. Esses transtornos costuma desencadear uma série de sintomas como hiperatividade, dor física, impaciência, fobias, falta de ar, problemas digestivos como dores abdominais e vômitos, tensão muscular, insônia, suor excessivo, entre outros. A ansiedade infantil ocorre, muitas vezes, por dificuldade da criança em expressar seus sentimentos e emoções.


Tipos de Transtorno de Ansiedade


Vale destacar que existem diferentes tipos de transtorno de ansiedade e um dos mais conhecidos é o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), muito frequente em adultos também. Os principais sintomas são: tensão frequente, medos e preocupações desproporcionais em variadas situações.


Outro e o Transtorno de Estresse Pós-traumático (TEPT), que tem como principal característica as lembranças recorrentes e intrusivas de um acontecimento que foi altamente angustiante e ameacador para o paciente gerando desregulacoes do medo.


Já o Transtorno de Ansiedade de Separação caracteriza-se por ansiedade excessiva e frequente ao se separar dos pais, de forma não adequada para a fase do desenvolvimento. É mais comum durante a pré-escola, entre 4 e 5 anos de idade. Nesse caso, o paciente passa por sensações de angústia e desespero ao se separar da(s) pessoas referência e do ambiente que familiar.


Temos também o Transtorno de Ansiedade Social que caracteriza-se por medo e ansiedade desproporcional em situações de interação social cotidiana. Acontece com muita frequencia no início da adolescência.


Outro tipo de Transtorno de Ansiedade é o Mutismo Seletivo. Nele a criança recusa de se comunicar verbalmente quando não está em casa ou com pessoas que não sejam seus familiares ou cuidadores. Geralmente, se inicia antes dos 5 anos.


O Transtorno do pânico envolve um quadro de ansiedade bastante severo. Costuma ocorrer na adolescência. A pessoa sente uma sensação repentina de que vai morrer, apresentando sintomas físicos como falta de ar e taquicardia, sudorese excessiva e tontura.


Há, ainda, um outro transtorno de ansiedade que são as Fobias Específicas e podem surgir desde muito cedo na infância. Elas se referem a medos exagerados ou paralisantes diante de diferentes objetos, animais, insetos, e situações como medo de altura, de injeção e sangue, de lugares abertos ou fechados, do escuro... Pode levar a reações de choro, desespero e até ataques de pânico.


Como já dito a ansiedade deixa de ser considerada normal quando começa a influenciar o “funcionamento” da pessoa. A criança deixa de fazer coisas ou ter uma atividade rotineira normal por causa da ansiedade. Então, ter um parâmetro do que é normal para cada faixa etária é de fundamental importância para se identificar uma ansiedade patológica.


O Tratamento


O Tratamento de Ansiedade e seus tipos exigem diagnóstico adequado, feito por profissionais qualificados e intervenções adequadas para ajudar as crianças. Tem-se duas vertentes principais: o tratamento medicamentoso (as mesmas medicações usadas em adultos são usadas em crianças e adolescentes) e o tratamento não medicamentoso, que consiste na terapia cognitivo-comportamental (TCC). E em casos mais graves o tratamento e combinado, usando as duas vertentes.


A família precisa ter papel ativo no tratamento da criança. A princípio, ela atuará como informante, trazendo para o profissional observações referentes à ansiedade da criança, como possíveis desencadeadores, frequência e intensidade. Posteriormente, receberá orientações a respeito da ansiedade e formas de lidar com ela, de maneira que não impacte negativamente na vida da criança. São treinados para dar suporte no infrentamento dos medos.


Outro ponto no qual a família pode ajudar é na criação de uma rotina, que auxilia na questão da previsibilidade. É comum que crianças ansiosas se sintam mais seguras quando têm a ‘certeza’ do que vai acontecer. A rotina ajuda na organização, regras, autonomia e redução da ansiedade. Mas não deve ser uma coisa rígida. É interessante que a rotina inclua momentos de deveres e momentos de lazer, e que seja criada em conjunto com a criança, se possível.


Como sempre digo, no mundo ideal o trabalho é ser profilático e se agir precocemente, tratar os transtornos de ansiedade o mais cedo possível. Sem o tratamento adequado, o prognóstico piora muito. Na medida em que você vai evitando situações por causa dos medos, por causa da ansiedade, eles só vão aumentando, e a vida vai ficando cada vez mais restrita.


A ansiedade persistente aumenta o risco de que o paciente desenvolva outros problemas psiquiátricos no futuro. A depressão é o principal deles.


Quanto mais cedo você detectar ansiedade patológica, melhor será a prevenção de desdobramentos, a diminuição dos sintomas, diminuição da influência do transtorno ansioso na vida, e na evolução para a idade adulta.


Nem sempre a pessoa tem um diagnóstico claro, mas você percebe que tem propensão para um monte de medos, é muito ansiosa, muito preocupada, e você já começa a orientar precocemente... A trazer os cuidados emocionais a ela.


Então, se você tem uma criança ou adolescente com sintomas e comportamentos que lembram esses quadros busque ajuda de um profissional especializado. Se você conhece alguém que possa se beneficiar com essas informações compartilhe!


Pelo Amor, Por Aqui e Com Amor ❣️

Gi🥰

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